Irunditia: as narrativas de viagem do toánucê Murillo de Campos nas expedições da comissão de Rondon
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1504Palavras-chave:
Tradutor, Ciência, Murillo de Campos, Brasil.Resumo
Este texto pretende investigar e analisar, a atuação do médico e higienista do exército brasileiro Murillo de Souza Campos, como produtor e um dos divulgadores do conhecimento científico da área da saúde desta instituição, entre os anos de 1910 a 1950. A participação de Murillo de Campos no cenário nacional foi materializada em diversas publicações como jornais, periódicos, entre outros. Para este trabalho daremos ênfase na obra “Interior do Brasil: Notas médicas e etnográficas”, publicado em 1936. Neste livro Murillo de Campos descreve as viagens que realizou ao interior do Brasil no período das expedições científicas da comitiva do Candido Mariano da Silva Rondon, mais conhecido como Marechal Rondon. Nesta obra Murillo de Campos descreve suas atividades na região Nordeste de Mato Grosso, partindo do Rio de Janeiro a Cuiabá, através de Goias. Divido por regiões forjadas por este médico militar, o livro apresenta uma discussão de antropologia física e etnografia. O que nos chama atenção nesta obra e que vou explorar ao longo deste texto são as notas de tradução deste médico. Ao fim de cada capítulo Murillo de Campos apresentou um dicionário sobre os principais termos usados pelos indígenas que encontrou em sua expedição. Desta forma nossa preocupação é contextualizar este médico no campo intelectual do período e utilizando do conceito de tradução, aqui compreendo este conceito tanto no sentido da tradução como parte do processo de compreensão, por parte do receptor, da mensagem emitida por um emissor, quanto no que diz respeito às traduções de uma língua para outra. Assim sendo meu objetivo é perceber Murillo de Campos como sendo um “tradutor do mundo” que vivenciou enquanto passava pelas regiões do Brasil enquanto médico militar no início do século XX.
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