Cartografias afetivas e a ressignificação dos espaços e sensibilidades na urbe
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1501Palavras-chave:
cultura, políticas culturais, artes, ciências sociais, estudos em culturaResumo
Este trabalho faz um breve histórico de como a revolução industrial e comunicacional na modernidade resultou numa perda de experiência autêntica e declínio da narrativa tradicional, como definidos por Walter Benjamin. Apresenta como o urbanismo surge enquanto prática e ganha protagonismo como forma de ação modificadora da estrutura das sociedades urbanas emergentes a partir do século XIX e analisa as experiências das diferentes errâncias urbanas que, concomitantemente, desejam pensar este novo espaço urbano moderno, desde as vanguardas históricas do início do século XX até as experiências de letristas e situacionistas nos anos cinquenta e sessenta. Munido destas referências históricas e teóricas, o trabalho busca no projeto de cartografias do cotidiano da associação The Worst Tours na cidade do Porto em Portugal uma das muitas vivências “neossituacionistas”, capazes de oferecer experiências baseadas na arte do diálogo e da interação, inscritas na cotidianidade dos participantes. São tours não-turísticos pela cidade que revelam zonas fora dos guias tradicionais e proporcionam aproximações, trocas e descobertas, ativando dinâmicas coletivas e formas descentralizadas de experienciar o espaço urbano, a história e o presente de um povo. Conclui ressaltando a importância do espaço urbano enquanto espaço de troca e construção de novas formas de narratividade e rememoração a partir de um “tempo de agora”, possível no exterior rugoso que é a cidade contemporânea.Métricas
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