Laneira, Mulher: Os espaços silenciosos da extinta Fábrica Laneira S.A.
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i4.1269Palavras-chave:
memória, mulher, trabalho, fábricaResumo
“Vocês nos ouvem?”. Essa instigante e atemporal pergunta feita por Perrot, em seu livro “As mulheres ou os silêncios da história”, faz pensar nos silêncios ensurdecedores das vozes femininas nas memórias públicas. Silêncios esses que há décadas as mulheres vêm tentando quebrar. As memórias das mulheres operárias, pobres, e periféricas permanecem no silêncio. Os afetos e as dores que atravessam tais memórias ainda não encontram lugar para se insurgirem do silêncio que os tornam invisíveis. Contudo, suas narrativas possuem, potencialmente, os sentidos e os valores que humanizariam os lugares onde essas vidas tiveram parte significativa das suas relações. Frente a isso, o que motivou esse artigo foi pressentir no silêncio a humanidade das vozes femininas, foi, também, a vontade de escutá-las como ecos de uma condição histórica da mulher operária. E para tal, o local escolhido foi a fábrica Laneira Brasileira S.A., que funcionou na cidade de Pelotas/RS de 1949 até 2003. O ponto nodal da pesquisa foi fazer uma verificação das memórias de um grupo de ex-funcionárias da fábrica Laneira e suas subjetividades. Para tanto, é preciso explorar o universo feminino, que será representado pela fábrica, vista nas entrevistas como o lugar de centralização de muitas memórias em comum, as quais encontraram em uma única voz a possibilidade de expressar o que era ser mulher naquele ambiente bruto e hostil.
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