O Uso da Linguagem como Prática de Liberdade: uma Proposta Dialógica de Ensino de Língua Portuguesa na EJA Prisional
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i4.1163Palavras-chave:
Educação libertadora, EJA prisional, Ensino de Língua Portuguesa, Teoria DialógicaResumo
Os debates sobre linguagem, no âmbito acadêmico, suscitam reflexões acerca das práticas de ensino de língua portuguesa na escola, principalmente no que se refere à relação do que se ensina com o que se utiliza no meio social. Considerando o ensino de língua portuguesa no âmbito prisional, essas reflexões são ainda mais significativas, já que a educação geralmente ocupa um lugar pouco privilegiado entre as atividades propostas para a ressocialização. Nessa perspectiva, questiona-se: as práticas educativas têm atendido às necessidades dos educandos privados de liberdade? Será que encarcerado percebe o uso da linguagem como prática de liberdade nas aulas de língua portuguesa? Nesse sentido, o artigo tem por finalidade discutir a importância do ensino de língua portuguesa na Educação de Jovens e Adultos (EJA) nas prisões. Fundamentado nas ideias de educação libertadora de Paulo Freire e na teoria dialógica de Mikhail Bakhtin, este estudo apresenta um panorama sobre a educação nas prisões no Brasil, uma reflexão sobre o uso da linguagem como prática libertadora, alguns aspectos sobre os estudos bakhtinianos e também a relação entre gêneros discursivos e ensino de língua portuguesa. Através deste, espera-se estar contribuindo para o aprimoramento do ensino de língua portuguesa na EJA prisional, demonstrando a relevância do trabalho com gêneros discursivos para o uso da linguagem como prática libertadoraMétricas
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