Cultura Política e Teoria Política: dialogar para problematizar
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i4.1118Palavras-chave:
Cultura Política, democracia, democracia substancial, teoria política, diálogarResumo
Pensar a Ciência Política hoje requer a clareza de que essa é uma subárea das Ciências Humanas dividida entre si. Durante a institucionalização acadêmica da Ciência Política como disciplina autônoma, estudos ditos “científicos” passaram a ser mais valorizados, o que acabou por segregar teoria e empiria. Ainda hoje, a cultura política e o institucionalismo compõem o mainstream da área, enquanto estudos de Teoria Política aparecem como menos dominantes, embora tenham tido êxito na busca por espaço na academia nos últimos anos. Nesse contexto, por meio da análise de aspectos essenciais à teoria da cultura política, este paper busca debater a ênfase dada por essa disciplina ao rebuscamento analítico-empírico decorrente do método estatístico de análise em detrimento do desenvolvimento teórico e crítico dos fenômenos em estudo. Nesse sentido, primeiramente, apresenta-se a teoria da cultura política e seus elementos essenciais, em seguida, questiona-se o conceito de democracia com que trabalha, o qual, segundo se percebe, conduz a um diagnóstico dos fenômenos políticos pouco problematizador e, por último, descreve-se porque se entende o diálogo com disciplinas próprias da Teoria Política necessário ao avanço da teoria da Cultura Política e à otimização de seus resultados empíricos.
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