Cidadania digital e cultura de protesto em Moçambique
liberdade de expressão em julgamento
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v10i1.2402Palabras clave:
Cyberculture; culture de protestation; libertés d'expression et de presse.Resumen
Ciudadanía digital y cultura de protesta en Mozambique:
libertad de expresión en juicio
Resumen
En noviembre de 2022, el cómico Valter Danone, de seis años, fue acusado por el Ministerio Público de difamación y calumnias contra el Estado mozambiqueño por haber producido y publicado en sus redes sociales digitales (YouTube y Facebook) un vídeo satírico sobre la corrupción generalizada en la Policía de la República de Mozambique. En la misma línea, en 2015, Nuno Castel-Branco, economista y académico, fue juzgado y absuelto tras haber sido notificado por la Fiscalía General del Estado en 2013 por haber utilizado presuntamente palabras injuriosas en una carta abierta, que hizo pública en Facebook, dirigida al expresidente de Mozambique Armando Guebuza (2005-2015), en la que mostraba su indignación por el modelo de gobierno de dicho dirigente. Estos dos sucesos (2022 y 2015) desencadenaron protestas callejeras y en las redes sociales digitales para exigir respeto a la libertad de expresión consagrada constitucionalmente en Mozambique. A partir de una revisión bibliográfica sobre los movimientos sociales en el contexto de los medios digitales, así como del escenario político que guió la formación del Estado de Derecho en Mozambique, este estudio pretende reflexionar sobre el papel de los medios digitales en el ejercicio de la ciudadanía activa en Mozambique. La investigación concluye que el perfil de gobernanza mozambiqueño fundado en un ideal de unidad nacional basado en la represión del pensamiento crítico ha quedado en entredicho. Por otra parte, y quizá por esa razón, el sistema político de partido-Estado sigue apostando por mecanismos de coacción e intimidación de las voces disidentes.
Palabras clave: Cibercultura; cultura de protesta; libertad de expresión y de prensa.
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