Os Moradores de Rua como Contrafluxo à Espetacularização das Cidades
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v6i6.1797Palabras clave:
Cidade, Espetacularização, Contrafluxo, Errantes Urbanos, Moradores de Rua.Resumen
Do início da modernidade aos dias atuais as cidades ganharam e ainda ganham formas que visam tornar seus espaços públicos em não-lugares, isto é, locais em que os habitantes não podem ocupá-los, mas apenas transitar por eles. O problema é que a diminuição da participação dos sujeitos provoca o empobrecimento da vida social fazendo desaparecer os benefícios que dela emergem: relações, memórias e identidades. Como contraponto às espetacularizações das cidades, surgiram os movimentos de flanância, deambulação e deriva. Fora deles, há os errantes urbanos, cidadãos que subvertem a produção racionalizada da cidade, em especial os moradores de rua que, ao ocuparem os espaços públicos, resgatam a relação entre o corpo urbano e o corpo do cidadão – uma corpografia.
Métricas
Citas
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. Trad. Alfredo Bosi. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
ARISTÓTELES. Órganon. Tradução, prefácio e notas de Pinharanda Gomes. Lisboa: Guimarães Editores, 1985.
AUGÉ, Marc. Não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. 2. ed. Campinas: Papirus, 2001. (Coleção Travessia do Século.).
AZEVEDO, Maria Thereza Oliveira. Passeio de sombrinhas: poéticas urbanas, subjetividades contemporâneas e modos de estar na cidade. Revista Magistro, Duque de Caxias-RJ, v. 8, n. 2, p. 138-146, 2013.
BENJAMIN, Walter. Experiência e pobreza. In: BOLLE, Willi. (Org.). Documentos de cultura, documentos de barbárie. São Paulo: Cultrix: Edusp, 1986.
BRANDÃO, Ludmila. Da cidade moderna às contemporâneas: notas para uma crítica do urbanismo modernista. Revista Territórios & Fronteiras, Cuiabá, v. 7, n. 1, p. 247-271, jan.-jun., 2014.
BURTIN-VINHOLES, S. Dicionário francês-português, português-francês. 37. ed. São Paulo: Globo, 1998.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1998.
CUIABÁ. Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano. Relatório do Serviço de Abordagem Social. Cuiabá: SMASDH, [2017]. 16 p.
DEBORD, Guy-Ernest. A sociedade do espetáculo. Paráfrase em português do Brasil: Raiton Sousa Guedes, Coletivo Periferia. [S.I.]: eBooksBrasil.com, 2003. 169 p. Disponível em: https://www.marxists.org/portugues/debord/1967/11/sociedade.pdf. Acesso em: 03 dez. 2017.
DELEUZE, Guilles. Conversações 1972-1990. Trad. Peter Pál Pelbart. São Paulo: Editora 34, 1992. (Coleção TRANS.).
DURAN, Marília Claret Geraes. Maneiras de pensar o cotidiano com Michel de Certeau. Diálogo EDUC, Curitiba, v. 7, n. 22, p. 115-128, set./dez. 2007.
FOUCAULT, Michael. Vigiar e punir. Nascimento da prisão. 20. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida cotidiana. Trad. Maria Célia Santos Raposo. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
GONSALES, Célia Helena Castro. Cidade moderna sobre cidade tradicional: movimento e expansão – parte 2. Arquitextos, São Paulo, ano 05, n. 059.04, Vitruvius, abr. 2005.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Fenomenologia do espírito. Trad. Paulo Meneses. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1992.
JACQUES, Paola Berenstein. Elogio aos errantes. Salvador: EDUFBA, 2012a.
______. Experiência errática. Redobra, Salvador, ano 3, n. 9, 2012b.
______. Corpografias urbanas: as memórias das cidades nos corpos. Anais: Seminário de História da Cidade e do Urbanismo, v. 10, n. 3, 2008.
______. Errâncias Urbanas: a arte de andar pela cidade. Arqtexto, Porto Alegre, n.7, p. 16-25, jan./jun. 2005.
LAZZARATO, Maurício. Os conceitos de vida e do vivo nas sociedades de controle. In: ______. As revoluções do capitalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. p. 59-94. (A Política no Império.).
LÉVI-STRAUSS, Claude. O pensamento selvagem. 8. ed. Campinas: Papirus, 2008.
LOTMAN, Yuri. La semiosfera I: semiótica de la cultura y del texto. Madrid: Frónesis, 1996.
MAFFESOLI, Michel. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1998.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
MARX, Karl. O capital, v. 1. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
MORA, José Ferrater. Dicionário de filosofia. Trad. Roberto Leal Ferreira e Álvaro Cabral. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
OITICICA, Hélio. Aspiro ao grande labirinto. Rio de Janeiro: Rocco, 1989.
PAIS, José Machado. Sociologia da vida quotidiana: teorias, método e estudos de caso. Lisboa-Portugal: Impressa de Ciências Sociais, 2002.
______. Jovens “arrumadores de carros”: a sobrevivência nas teias da toxicodependência. Revista Análise Social, Lisboa-Portugal, v. 36, p. 373-398, 2001.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.
SCHUTZ, Alfred. The Structures of the Life-World II. Bloomington, Indiana University Press, 1989.
VELHO, Gilberto. Estilo de vida urbano e modernidade. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 8, n. 16, p. 227-234, 1995.
WHITE, Edmund. O flâneur: um passeio pelos paradoxos de Paris. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2020 Juliano Batista dos Santos, José Serafim Bertoloto
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos trabalhos publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o OJS assim como outros softwares de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.