Invenção da América, colonialidade do poder e pós-colonialismo: reflexões acerca do primitivo Novo Mundo
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v6i6.1793Palabras clave:
América Latina, Colonialismo, Cultura, História da América, História do Tempo Presente, Pós-colonialismo.Resumen
O presente trabalho tem como objetivo discutir a noção de invenção do continente americano (América Latina, mais precisamente) a partir de uma perspectiva eurocentrista do conhecimento. Investigamos, pois, como ocorreu o surgimento da América e o que implicou ela ter sido conceituada tal qual como América. Para tanto, dispomos da noção de colonialidade do poder para compreendermos a amplitude do colonialismo que afligiu o continente americano, como tal poder despojou os povos originários de suas respectivas culturas; como se estruturou, a partir da América, uma noção de mundo no qual o europeu passou a ser referência; e como, a partir do advento da colonização, os povos latino-americanos (e demais povos não-europeus, em escala global) passaram a representar o passado, ou seja, o primitivo. Nossos objetivos, desta maneira, consistem em evidenciar como o poder colonial subjugou os povos da América não só nos sentidos mais recorrentemente tratados, como na exploração do trabalho e das riquezas materiais, mas, também, subjugou os povos da América de suas formulações teórico-epistemológicas, culturais e identitárias, apontando, assim, para a construção de uma concepção global de mundo na qual a modernidade é sinônimo de Europa – e, mesmo o que foi colocado como “Novo Mundo”, ainda traduz-se como arcaico – e propondo uma mais ampla assimilação das identidades, culturas e epistemologias latino-americanas e das estruturas que compõem o sistema capitalista moderno.Métricas
Citas
ALMEIDA, Maria da Conceição de. Complexidade, saberes científicos, saberes da tradição. São Paulo: Livraria da Física, 2010.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Tradução Fernando Tomaz. Lisboa: Difel, 1989.
BRAUDEL, Fernand. A longa duração. In: Escritos sobre a História. Lisboa: Perspectiva, 1992.
FUENTES SÁNCHEZ, Waldo Lao. Autonomías indígenas: resistencias y luchas por el reconocimiento en Nicaragua y México. Buenos Aires: El Colectivo, 2019. 204 p.
LEYVA, Xochitl et al. Prácticas otras de conocimiento(s): Entre crisis, entre guerras (Tomo I). San Cristóbal de Las Casas: Cooperaiva Editorial Retos, 2015. 487 p.
MACHADO, João Victor Sanches da Matta. Para (re) pensar a América Latina: a vertente descolonial de Walter D. Mignolo. Espaço e Economia: Revista brasileira de geografia econômica [Online], v. 5, n. 3, 05 dez. 2014. Disponível em: <http://journals.openedition.org/espacoeconomia/899>. Acesso em 28 de nov. 2019.
MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. Lisboa: Antígona, 2014.
NOSSA AMÉRICA. São Paulo: Revista do Memorial da América Latina, v. 52, 2015.
O’GORMAN, Edmundo. A invenção da América. São Paulo: Unesp, 1992
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In.: LANDER, Edgardo (org.). A Colonialidade do Saber - Eurocentrismo e Ciências Sociais - Perspectivas Latino-americanas. Buenos Aires: Clacso, 2005.
SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (orgs.). Epistemologias do sul. Coimbra: Almedina, 2009.
SUBCOMANDANTE INSURGENTE MARCOS. 7 piezas sueltas del rompecabezas mundial (El neoliberalismo como rompecabezas: la inútil unidad mundial que fragmenta y destruye naciones.), México, 2000. Disponível em: <https://enlacezapatista.ezln.org.mx/1997/06/20/7-piezas-sueltas-del-rompecabezas-mundial-el-neoliberalismo-como-rompecabezas-la-inutil-unidad-mundial-que-fragmenta-y-destruye-naciones/>. Acesso em 05 de mar. de 2020.
WALLERSTEIN, Immanuel. The Modern World System. New York: Academic Press, 1974.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2020 Rodrigo Guerra
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos trabalhos publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o OJS assim como outros softwares de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.