Tradições Alimentares Regionais em uma América Latina Neocolonial: a luta pela manutenção de costumes e da soberania alimentar
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1601Palabras clave:
Cultura, Neocolonialismo, Produção de Alimentos, Soberania Alimentar, Tradições Alimentares.Resumen
A alimentação deve ser compreendida como expressão cultural de um grupo ou sociedade, sendo formada pela relação dialética entre a materialidade do acesso aos alimentos e da subjetividade de crenças, gostos e costumes. Na atual sociedade capitalista, a globalização impõe um modelo global de alimentação diretamente ligado aos interesses da produção alimentar voltada para o mercado, assim transformando alimentos em commodities. Este trabalho tem como objetivo apresentar e analisar as tradições alimentares regionais em contraposição as facetas da globalização nos hábitos alimentares e de suas relações com os modelos de produção de alimentos na América Latina. A metodologia utilizada nesta pesquisa se baseia em uma aprofundada revisão bibliográfica em trabalhos voltados a análise da alimentação como cultura, da globalização, das relações neocoloniais e conceitos de integração cultural da Latino-América, além da experiência do autor no tema de tradições alimentares em produções acadêmicas e na prática com vivências e visitas a grupos tradicionais e de resistência diretamente ligados a produção de alimentos e manutenção de costumes culturais, como: faxinalenses, quilombolas, indígenas e assentados de reforma agrária. Neste trabalho se possibilitou notar relações diretas entre o modelo de produção dos alimentos enquanto commodities no Brasil e demais países da américa latina, e a ameaça que isto representa perante a manutenção das tradições e da soberania alimentar, contribuindo assim à ideia de neocolonialismo, visto a implantação de um modelo de alimentação global. Conclui-se que a manutenção e resistência de tradições alimentares regionais encontra no modelo neocolonialista de produção de alimentos o seu antagonismo, assim transformando esta discussão em um objeto fundamental na defesa da soberania alimentar, costumes populares e do empoderamento de grupos tradicionais e de resistência, demonstrando assim que debates mais aprofundados e o desenvolvimento de políticas públicas são essenciais para a preservação destes elementos que constituem o povo latino-americano.
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