Marias que contam histórias: a escrita da vida e as marcas de uma escrita negra em três autoras brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1533Palabras clave:
Diáspora, Literatura Negra, Mulheres, Subalternos, IntersecionalidadeResumen
Este artigo pretende fazer uma discussão sobre a produção literária de três autoras negras, diaspóricas e que até bem pouco tempo estavam ausentes das rodas de conversas, das discussões acadêmicas e das referências de autores considerados como os grandes críticos da literatura brasileira, entre eles Alfredo Bosi e Antonio Candido. Três mulheres, mil histórias - mil formas de se contar: a escrita de Maria Firmina, Carolina de Jesus e Conceição Evaristo compõem a busca de se construir outro cânone literário ou pelo menos de assegurar o lugar de fala e de escrita de escritores (as) negros (as) postos no completo anonimato. Alguém incomodada com a forma estrutural como a literatura organiza os seus lugares, penso que é necessário se construir outro, um que traga das margens, os inominados, os ausentes, aqueles que tendo nome foram apagados, aqueles que assim mesmo teimaram em escrever no tecido de dias e noites sua história, suas angústias e esperanças, suas palavras, suas coisas, seus diários, seus dizeres, suas dores e lamentos, sua vida, em papéis catados no lixo, em noites mal dormidas por dificuldades de uma vida inteira. Enfim, a tarefa central é estudar e produzir conhecimento sobre a literatura de um grupo subalternizado pela história de escravização, pelas diásporas. É uma escolha ideológica também trazer para a superfície do papel a escrita de mulheres que ousaram falar a partir do seu espaço de pertencimento, a partir das suas lutas que deixam de ser individuais para se tornarem lutas de um povo, de um coletivo social.
Palavras-Chave: Diáspora; Literatura negra; Mulheres; Subalternos; Interseccionalidade
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