Estamos vivos aos olhos de Machado? – A ideologia através de pontos-de-vista sobre “Pai contra mãe”
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v4i2.919Palavras-chave:
Literatura Brasileira, Cultura Brasileira, Literatura do Século XIXResumo
O presente artigo intenta apresentar alguns aspectos de duas passagens da recepção do conto “Pai Contra Mãe” de Machado de Assis, incluído no volume Relíquias de Casa Velha (1906). Em um primeiro momento, é revisitada a fortuna crítica para pensar o saldo de leituras recentes acerca do conto, reavaliado por seu viés de denúncia contra as mazelas da escravidão (BOSI, 1999; DUARTE, 2008; MANGUEIRA, 2010; SCARPELLI, 2013). Por outro, espera-se reintroduzir ao público atual as discussões que os contemporâneos de Machado travaram acerca do referido conto, em especial a partir da análise pontual de um comentarista pouco conhecido, o jurista e historiador da escravidão Evaristo de Moraes (1917). A partir da comparação de ambas as recepções, espera-se confrontá-las para notar o que há de semelhança ou de diferença reversível entre elas e assim, abrir espaço para uma leitura dialética do conto (e mais especificamente de seu desfecho) mais interessada na representação da ideologia do leitor do que, como costumeiramente se tem feito, desvelar a ideologia (ou contra-ideologia) do narrador.
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