Maternidade sem romantismos: alguns olhares sobre as maternidades e os sujeitos-mãe na contemporaneidade
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v4i0.775Palavras-chave:
Gênero, Maternidades, Facebook.Resumo
Para este trabalho, que teve como objetivo analisar os significados de maternidades e sujeitos mãe presentes na postagem desafio da maternidade real (#desafiodamaternidadereal) realizada no site de rede social Facebook, realizamos uma análise deste desafio que surgiu em fevereiro de 2016, o qual gerou intensos debates a respeito do exercício da maternidade. A proposta foi lançada por uma internauta em resposta ao desafio da maternidade (#desafiodamaternidade), no qual mães eram convidadas a realizar postagens de momentos felizes com suas/seus filhas/os, escrevendo os motivos pelos quais eram felizes sendo mães. A internauta realizou um novo movimento, escrevendo o que, para ela, era o lado ruim da maternidade, o qual ninguém falava. Realizamos uma análise dos comentários da postagem original, considerando os comentários mais curtidos, e categorizando-os por semelhanças. Assim, destacamos primeiramente a enorme repercussão gerada por um discurso que rompe com o discurso moderno da maternidade. Alguns dos significados de maternidade que se sobressaem nos comentários fazem parte de um discurso hegemônico sobre ser mãe, como: maternidade como benção de Deus, boa mãe é a que amamenta, a mãe que não se enquadra no discurso romântico sofre de depressão pós-parto, entre outros significados que serão apresentados no trabalho. Entendemos que este trabalho apresenta relevância no campo dos estudos culturais e de gênero, por ser a maternidade uma das formas de maior desigualdade entre os gêneros, sendo uma necessidade política discuti-la, entendendo-a como uma construção histórica e social.
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