Educação Escolar Indígena - A prática docente dos Guarani Mbya
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v3i3.624Palavras-chave:
educação escolar indígena, guarani mbya, inovação educacional, prática docente.Resumo
Este trabalho, vinculado a pesquisa de Mestrado em andamento, propõe o seguinte problema de pesquisa: o que o professorado indígena Guarani Mbya entende ser sua prática docente? Parte-se do pressuposto de que a educação escolar indígena, mais precisamente a partir de 1970, começa a ser ressignificada pelos próprios movimentos e organizações indígenas – reestruturando uma instituição tipicamente não-indígena, norteada até então por princípios de catequização, civilização, integração e preservação –, e que sua reconstrução junto aos projetos de futuro de cada etnia se constitui potencialmente como inovação educacional, superando seu caráter colonialista. Esta pesquisa pretende verificar se a visão que os professores e professoras indígenas têm de suas práticas se fundamenta ou não no modo de transmissão dos saberes tradicionais de sua cultura. No primeiro caso, tais práticas estariam inscritas na luta por reconhecimento e seriam adaptadas à atividade escolar. No entanto, as práticas docentes podem também ser mera reprodução do modelo de ensino escolar predominante, originalmente não-indígena, ainda que se trate oficialmente de uma escola diferenciada. Para examinar essas alternativas, vêm sendo realizadas entrevistas e observação direta na Escola Estadual IndígenaGwyra Pepo, localizada na região de Parelheiros, no município de São Paulo. As informações recolhidas serão analisadas por meio das bases teóricas das pesquisas antropológicas sobre os Guarani e sociológicas sobre inovação educacional, bem como pelo recurso às produções da etnologia ameríndia a respeito da educação escolar indígenaMétricas
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