Descolonização do corpo e mobilidade humana: mulheres imigrantes e a produção de saberes contra a violência obstétrica

Autores

  • Lya Amanda Rossa UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

DOI:

https://doi.org/10.23899/relacult.v3i3.596

Palavras-chave:

Descolonização do corpo, Mobilidade humana internacional, Mulheres imigrantes, Violência obstétrica.

Resumo

O fenômeno da mobilidade humana implica não apenas no deslocamento de idiomas, recursos e culturas, mas sobretudo, no movimento de corpos e a troca de saberes e modos de fazer e compreender a vida em seus diferentes ciclos. Assim, os modos de gestar e nascer são transportados e transformados durante o processo. A construção epistemológica de saberes descolonizados não deve ser alheia a uma construção sobre os corpos e seus ciclos, especialmente quanto ao corpo feminino, que foi e permanece, em muitos espaços, contido e medicalizado. O presente trabalho pretende analisar como mobilização de mulheres imigrantes  na cidade de São Paulo contribui para o questionamento e a construção de novos saberes sobre maternidade, parto e gestação, reunindo mulheres imigrantes e brasileiras contra a violência obstétrica.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Lya Amanda Rossa, UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

Mestranda em Ciências Humanas e Sociais na Universidade Federal do ABC, Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Referências

ARTEMIS E DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO (DPU). Violência Obstétrica: você sabe o que é? Cartilha informativa, 2013. Disponível em: https://www.defensoria.sp.def.br/dpesp/repositorio/41/violencia%20obstetrica.pdf. Acesso em: 5 março 2017.

ASSIS, G.O. Mulheres migrantes no passado e no presente: gênero, redes sociais e migração internacional. Estudos Feministas, 15(3): 336, set/dez 2007, p. 745-772. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ref/v15n3/a15v15n3.pdf. Acesso em: 19 março 2017.

ASSIS, G. O.; KOMINSKY, E. V. Gênero e migrações contemporâneas. Estudos Feministas, 15(3): 336, set/dez 2007a, p. 695-697. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2007000300012 Acesso em: 19 abril 2017.

AVALLANEA YAJAHUANCA, R. del S. A experiência da gravidez, parto e pós-parto das imigrantes bolivianas e seus desencontros na cidade de São Paulo. 2015, 193 p. Tese (Doutorado em Saúde Pública). Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.

BAENINGER, R., PERES, R. G. Migração feminina: um debate teórico e metodológico no âmbito dos estudos de gênero. In: Vidas em trânsito: conhecer e refletir na perspectiva da mobilidade humana. Terezinha Santin, Tuíla Botega (orgs). Porto Alegre: EDIPUCRS; Brasília: CSEM, 2014

BHABA, H. K. O local da Cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.

CARNEIRO, R. “Para chegar ao Bojador, é preciso ir além da dor”: sofrimento no parto e suas potencialidades. Sexualidad, Salud y Sociedad - Revista Latinoamericana. n.20 - aug. 2015 - pp.91-112.

DIAS, J. de F. A linguagem do parto: discurso, corpo, identidade. Coleção: Linguagem e Sociedade, v. 10. Campinas, São Paulo: Pontes Editora, 2015.

FRANZON, A. C. A.; SENA, L. M. Violência Obstétrica é violência contra a mulher. Avaliação das Mulheres sobre os cuidados recebidos durante o parto e o nascimento. Resultados da Ação de Blogagem Coletiva, 2012. Disponível em: http://www.apublica.org/wp-content/uploads/2013/03/Divulga%C3%A7%C3%A3o-dos-resultados_-Apresenta%C3%A7%C3%A3o_Diagramada_Vers%C3%A3o-final.pdf. Acesso em: 5 maio 2017.

KURAMOTO, C. Assistência ao parto de mulheres imigrantes: a vivência do enfermeiro obstetra/obstetriz. Dissertação, 96p. Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, 2016.

MACEDO, J. R. Intelectuais africanos e estudos pós-coloniais: considerações sobre Paulin Hountondji, Valentin Mudimbe e Achille Mbembe. OPSIS, Catalão-GO, v. 16, n. 2, p. 280-298, jul./dez. 2016.

MADI, M. C. C.; CASSANTI, A. C.; SILVEIRA, C. Estudo das representações sociais sobre gestação em mulheres bolivianas no contexto da atenção básica em saúde na área central da cidade de São Paulo. Saúde e Sociedade, São Paulo, v.18, supl. 2, p. 67-71, Jun. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010412902009000600011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 19 abril 2017.

MORALES, M. A. B.; WALDMAN, T. C. Mulheres em movimento: registrando memórias migrantes. Travessia-Revista do Migrante, nº 78, jan-jun, 2016, p. 65-78.

NOGUEIRA, B. C. Violência Obstétrica: Análise das decisões proferidas por tribunais na região sudeste. Trabalho de Conclusão de Curso. Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015.

OLIVER, G. de S. É um parto! Nascimento e empoderamento na sociedade brasileira. In: Saberes plurais: interdisciplinaridade e diversidades na cultura escolar e no cotidiano. FERRAZ et al. (ORG). São Paulo: Editora Pontocom, 2016, p.51-59.

PERES, R. G. “O que importa é o que acontece com a sua família”: Um diálogo entre família e migração. In: Anais do XIX Encontro Nacional de Estudos Populacionais da Associação Brasileira de Estudos Populacionais – ABEP, Sessão temática 29. São Pedro, 24 a 28 de novembro de 2014.

PISCITELLI, A. Interseccionalidades, categorias de articulação e experiências de migrantes brasileiras. Sociedade e Cultura, v.11, n.2, jul/dez. 2008. p. 263 a 274.

RIBEIRO, C. L. A feminização como tendência da migração boliviana para São Paulo. Travessia- Revista do Migrante, nº 78, jan-jun, 2016, p. 101-120.

RIBEIRO, J. C. “Em África, a mulher faz tudo, mas aqui é o Brasil”: gênero e outras categorias de diferenciação nos deslocamentos de pessoas refugiadas para a cidade de São Paulo. In: 30ª Reunião Brasileira de Antropologia, João Pessoa, 2016.

SANTOS, B. de S. Para além do pensamento Abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: SANTOS, Boaventura de S.; MENESES, Maria P. (Orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010

SOUZA, J. P. D. As diferentes faces da Violência Obstétrica – Conferência de abertura da III Jornada de Assistência Materno-Infantil e Cirurgia Ginecológica da MATER Ribeirão Preto-SP, 2015.

SOUZA, H. R. A arte de nascer em casa: um olhar antropológico sobre a ética, a estética e a sociabilidade no parto domiciliar contemporâneo. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.

TORNQUIST, C. S. Parto e poder: o movimento pela humanização do parto no Brasil. Tese (Doutorado em Antropologia Social). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

WARMIS, Equipe de Base. O calor corporal: Considerações ao atendimento do parto e nascimento nas mulheres imigrantes da Bolívia, Chile e Peru. Cartilha informativa, sem ano. Disponível em: http://warmis.org/images/warmis_folder_calorcorporal_A42.pdf. Acesso em: 25 abril 2017.

__________________. Sabias que tienes derecho a tener tu parto normal gratuitamente y con respeto en São Paulo?. Cartilha informativa, sem ano. Disponível em: http://www.warmis.org/images/acesso_imigrantes_casa_de_parto.pdf. Acesso em: 25 abril 2017.

__________________. Projeto de saúde da mulher migrante latino-americana em São Paulo.

Site institucional, 23 jul. 2013. Disponível em: http://www.warmismulheresbolivianas.com.br/blog/projeto-de-saude-da-mulher-migrante-latino-americana-em-sao-paulo/. Acesso em: 25 abril 2017.

Downloads

Publicado

2017-12-31

Como Citar

Rossa, L. A. (2017). Descolonização do corpo e mobilidade humana: mulheres imigrantes e a produção de saberes contra a violência obstétrica. RELACult - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura E Sociedade, 3(3). https://doi.org/10.23899/relacult.v3i3.596

Edição

Seção

Artigos - Fluxo Contínuo