Globalização por Caminhões
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v3i3.536Palavras-chave:
caminhoneiro, fluxos, globalização, trabalhoResumo
Esse trabalho é uma etnografia produzida com caminhoneiros, cujo objetivo contempla compreender como aspectos da cultura de trabalho dos motoristas se relacionam com a globalização, bem como dar voz à esses profissionais. Assim, em um período de quatro meses foram conduzidas entrevistas semiestruturadas com sete motoristas, quatro deles em ambiente de trabalho e três em ambientes de lazer ou descanso. Todas as entrevistas aconteceram na cidade de Florianópolis, entre 2015 e 2016. A partir da pesquisa, constatou-se que existe uma forte distinção entre motoristas autônomos e empregados, e que não seria possível realizar um trabalho sobre caminhoneiros sem levar em consideração tal distinção. Também ficou evidenciado que os motoristas rodoviários se entendem como executores de uma dinâmica de fluxos, e que sua profissão é imprescindível para manter ativo o status da globalização. Além disso, uma das principais características do processo globalizador, a compressão tempo-espaço, assume um sentido contrário à saúde e boa qualidade de vida para os caminhoneiros. Por fim, ao atravessar fronteiras de Estados, os profissionais também atravessam fronteiras morais e legais. Na mesma fração de hora podem percorrer o status de fretistas competentes ao status de contrabandistas imorais.
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