Áudio-descrição nas Manifestações Artístico Culturais: Uma tradução Intersemiótica
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v3i3.526Palavras-chave:
Acessibilidade Comunicacional, Áudio-descrição, Pessoa com Deficiência Visual, Tradução Intersemiótica.Resumo
O presente trabalho buscou identificar e descrever a áudio-descrição – AD - como um recurso de tecnologia assistiva – TA - comunicacional indispensável para a inclusão cultural das pessoas com deficiência visual. Conforme os dados coletados e apresentados, em 2010, pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - mais de 45 milhões de pessoas manifestaram possuir algum tipo de deficiência e, destas, 18,60% informaram ter cegueira ou baixa visão. A AD disponibilizada, “ao vivo” ou gravada, é um direito assegurado pela Constituição Federal de 1988 que, por sua praticidade e efetividade, permite o acesso; a interpretação; a significação, a contextualização e a interação das pessoas com deficiência visual com as produções artísticoculturais. No aspecto teórico, a áudio-descrição se configura como uma tradução ou transmutação intersemiótica caracterizada pela interpretação de um signo não-verbal por meio de um signo verbal, ou seja, a transformação da linguagem imagética, que não é perceptível pela visão, em linguagem verbal que chega por meio da audição à mente da pessoa com deficiência visual adquirindo assim potência suficiente para criar uma imagem mental semelhante ou equivalente àquela que estava presente na produção artístico-cultural. Para a consecução, utilizouse a metodologia qualitativa de cunho bibliográfico fundamentada na teoria de Roman Jakobson (2007) e de Motta; Romeu Filho (2010). Abordou-se a áudio-descrição na perspectiva de sua historicidade; da tradução intersemiótica; do recurso de tecnologia assistiva de acessibilidade comunicacional e da legislação brasileira.
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