Processos e práticas decoloniais na formação de professores

Autores

  • Alessandra Fontes Carvalho da Rocha Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.23899/relacult.v3i3.473

Palavras-chave:

Formação de professores, práticas docentes, decolonização.

Resumo

O objetivo deste trabalho é refletir sobre possíveis práticas decoloniais na formação de professores, especificamente no curso de Letras (Português – Literaturas). É na atuação com disciplinas de formação de professores que a importância desta reflexão vem à tona, pois é possível observar o quanto há sujeitos marcados pelo sistema de ensino da Pedagogia Tradicional, a famosa educação bancária, denominada por Paulo Freire, e o quanto os mesmos estão dispostos a reproduzir tal sistema de ensino, sem perceber outras possibilidades para uma prática docente mais significativa no sentido de formar cidadãos críticos e lúcidos. Não se trata aqui da recusa por um trabalho decolonial, mas, sim, da falta de experiência e vivência de situações de ensino-aprendizagem que levem a um distanciamento e enfraquecimento do instruir em oposição ao apreender na escola. Diante desta situação, é imprescindível, nas salas de aula das universidades, nos cursos de licenciaturas, discutir, refletir e apresentar ações pedagógicas que desvelem processos neocolonizadores educacionais e pensar novas práticas que contribuam para um movimento de resistência e ruptura a favor da decolonização da escolarização.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

ARAÚJO, Inês L. Da “pedagogização” à educação: acerca de algumas contribuições de Foucault e Habermas para a filosofia da educação. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 3, n. 7, p. 75-88, set./dez. 2002.

ARROYO, Miguel. Outros Sujeitos, Outras Pedagogias. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: MEC, 2000.

______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. ______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

FANON, Frantz. Os Condenados da Terra. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Trad. Lígia M. Ponde Vassalo. Petrópolis: Vozes, 1987.

FREIRE, Paulo. A educação como prática da liberdade. 23ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.

_______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43ª ed., São Paulo: Paz e Terra, 2011.

_______. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

_______. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. 1ª ed. São Paulo: Editora UNESP, 2000.

FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 5ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

GERALDI, João Wanderley. et. al. (org.) O texto na sala de aula. 4 ed. São Paulo: Ática, 2006.

MEDINA, João Paulo. O brasileiro e seu corpo: educação e política do corpo. Campinas: Papirus, 2000.

MORAIS, Regis de. Sala de aula: que espaço é esse? Ed. Papirus, 1994.

NETO, João Colares da Mota. Paulo Freire e o pós-colonialismo na educaçãoPopular latino-americana. Revista Educação Online nº 14, p.25-38 , ago./dez. de 2013.

NORTON, C. Os mecanismos da escrita criativa. Lisboa: Temas e Debates – Actividades editoriais, 2001.

NOVASKI, Augusto João Crema. Sala de aula: uma aprendizagem do humano. In.: MORAIS, Regis de. Sala de aula: que espaço é esse? Ed. Papirus, 1994.

PERINI, Mário A. Sofrendo a gramática. São Paulo: Ática, 1997.

POSSENTI, S. Por que (não) ensinar gramática na escola. 2ª ed. Campinas: Mercado das Letras, 2012 [1996].

___________. Sobre o ensino de português na escola. In: GERALDI, J.W. (Org.). O texto na sala de aula. 5ª ed. São Paulo: Ática, 2011 [1984].

____________. O dado dado e o dado dado. In: PEREIRA DE CASTRO, Maria Fausta. O método e o dado no estudo da linguagem. Campinas: Ed. da Unicamp, 1996.

RINCÓN, Lenin González. Neocolonialismo pedagógico VS Educación libertadora nuestroamericana. In: Portal Aporrea. Disponível em: https://www.aporrea.org/educacion/a186225.html

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

TIKLY, Leon. Globalisation and Education in Postcolonial World: towards a concepyual framework. Comparative Education, Vol 37, No. 2, 2001 pp. 151-171. Disponível em: http://www2.fiu.edu/~ilonl/publications/globalisation%20and%20education.pdf

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1996.

VASCONCELOS, Maria Lúcia M. C.; BRITO, Helena Pires de. Conceitos de educação em Paulo Freire. 3. ed. Petrópolis/RJ: Vozes; São Paulo: Mack Pesquisa, Fundo Mackenzie de Pesquisa, 2009.

Downloads

Publicado

2017-12-31

Como Citar

Rocha, A. F. C. da. (2017). Processos e práticas decoloniais na formação de professores. RELACult - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura E Sociedade, 3(3). https://doi.org/10.23899/relacult.v3i3.473

Edição

Seção

Artigos - Fluxo Contínuo