Reflexões acerca do conceito de cultura nas pesquisas em História da Educação: o embate entre jesuítas e nativos na América portuguesa do século XVI e XVII.
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v3i3.459Palavras-chave:
Cultura, História, Educação, Indígenas, JesuítasResumo
O presente artigo procura trazer algumas reflexões acerca do uso do conceito de cultura ao se tratar de pesquisa em história cultural na América portuguesa, sobretudo no século XVI e XVII e a relação educacional entre os jesuítas e os nativos. Para isso, será traçado alguns comentários acerca das transformações na definição do conceito de cultura ao longo da história, bem como, no que consistia o termo cultura no período em questão. As representações dos elementos culturais pelos sujeitos que deixaram registros (nas cartas jesuíticas, por exemplo) e a consequente ausência, no período, de um termo que abranja todo o significado que a pesquisa exige. É sugerida uma definição apropriada de cultura a ser adotada e a História Cultural como viés de construção histórica da cultura, a importância de Michel de Certeau e Carlo Ginzburg, assim como a contribuição de Michel Foucault para a análise do discurso. E, por fim, é traçado um paralelo com as recentes tendências nas pesquisas em Educação, tendo em vista as reflexões abordadas no corpo do texto.
Métricas
Referências
ANCHIETA, José de. Cartas: informações, fragmentos históricos e sermões do Padre Joseph de Anchieta. S. J. (1554-1594). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1933
BOSI, Alfredo. Dialética da Colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
BURKE, Peter. A Escola dos Annales: a revolução francesa da historiografia (1929 - 1989). São Paulo: UNESP, 1997.
CASTRO, Eduardo Viveiros de. A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo-SP: Cosac & Naify, 2002.
CERTEAU, Michel de. A cultura no plural. 6ª ed. Campinas: Papirus, 2010.
________. A invenção do cotidiano. 3ª Ed. Petrópolis-RJ: Editora Vozes, 1998.
________. História e psicanálise: entre ficção e realidade. Tradução: Guilherme João de Freitas Teixeira. Belo Horizonte:MG: Autêntica Editora, 2011.
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certezas e inquietude. Cap. 2 e 6. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2002.
CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. 2ª Ed. Bauru-SP: EDUSC, 2002.
EAGLETON, Terry. A ideia de cultura. São Paulo: Editora UNESP, 2005.
FARIA FILHO, Luciano Mendes de. Escolarização, culturas e práticas escolares no brasil: elementos teórico-metodológicos de um programa de pesquisa. In: LOPES, A. A. B de M.; GONÇALVES, I. A.; FARIA FILHO, L. M. de; XAVIER, M de C. (orgs.) História da educação de Minas Gerais. Belo Horizonte: FCH/FUMEC, 2002.
FERNANDÉZ, María Cecilia. Ginzburg y De Certeau: las relaciones entre classe y cultura em el estúdio de las culturas populares. In: Oficios Terrestres, año 20 – Vol.30 – nº 30, p.151-159, Enero-Junio, 2014.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Cap. 1. Rio de Janeiro-RJ: LTC, 2008.
GINZBURG, Carlo. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. p. 143-179 In: ______. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
HANSEN, João Adolfo. O nu e a luz: cartas jesuíticas do Brasil. Nóbrega - 1549 – 1558. Rev. Inst. Est., SP, 38:87-119, 1995.
JULIA, Dominique. A cultura escolar como objeto histórico. p. 9-43. In: Revista Brasileira de História da Educação, nº 1, jan./jun., 2001.
LEITE, Serafim. Cartas dos primeiros Jesuítas do Brasil. São Paulo, Comissão do IV Cent. da Cid. de São Paulo, v II. 1954.
________. Monumenta Brasiliae v. III (1558-1563) Roma: Monumenta Historica Societatis Iesu, 1958.
NÓBREGA, Manuel da. Cartas Jesuíticas v. I: Cartas do Brasil (1549-1560). Rio de Janeiro: Officina Industrial Graphica, 1931.
________. Diálogo sobre a Conversão do Gentio. São Paulo: ΜεταLibri, 2006.
ROTH, Wolfgang. A semântica histórica: um campo abandonado da linguística? In: Rev. Filologia e Linguística Portuguesa, n. 2, p. 61-79, 1998
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos trabalhos publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o OJS assim como outros softwares de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.