A tradição por escrito: o patrimônio cultural a partir da obra “Mestres da Cultura Tradicional Popular do Ceará” (2006)
DOI:
https://doi.org/10.23899/19rae408Palavras-chave:
Mestres da Cultura, Patrimônio Cultural, Memória , Gilmar de CarvalhoResumo
O presente artigo reflete sobre a política dos Mestres da Cultura do Ceará a partir do livro Mestres da Cultura Tradicional Popular do Ceará (2006), elaborado por Gilmar de Carvalho e Francisco Sousa. Inserida em um contexto de reordenamento das políticas culturais no estado, a Lei dos Mestres (2003), atualizada em 2006, criou novas formas de patrimonialização voltadas a pessoas naturais, grupos e coletividades. A obra é lida aqui como parte da construção de uma memória oficial, que articula discurso institucional, sensibilidades poéticas, estratégias de legitimação e a trajetória dos organizadores da publicação. A partir da análise de quatro trajetórias (Aldenir, Lúcia Pequeno, Dona Gerta e Sebastião Chicute), buscamos compreender como a política pública foi traduzida em narrativas, o que revela um entrelaçamento entre a patrimonialização estatal, a mediação intelectual e a produção de memórias sobre o Ceará, seus sujeitos, saberes e territórios.
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