O que podem as imagens do mural “Do Orum ao Aiye”?

Autores

  • Maria Emilia Sardelich UFPB
  • Ingrid Ferreira dos Santos https://orcid.org/0009-0006-9119-7006

DOI:

https://doi.org/10.23899/ngrkaz11

Palavras-chave:

Cultura Visual, Contracolonização, Regime racializado de representação., Visualidades, Contravisualidades

Resumo

Este artigo apresenta uma reflexão sobre os possíveis poderes das imagens a partir do mural Do Orun ao Aiye: Afrika Elementar, produzido pelos artistas Nathê Ferreira, Adelson Boris e Emerson Crazy, na cidade do Recife, Pernambuco, Brasil, em 2021. Tem por objetivo investigar os potenciais discursivos dessa produção artística como gesto de resistência cultural contra um regime racializado de representação. A revisão bibliográfica se fundamenta nos estudos da Cultura Visual em diálogo com o pensamento de Antônio Bispo dos Santos (1959-2023) e Sandra Benites. Conclui que as imagens pensadas a partir da contracolonização podem confluir com os diversais na interlocução de passado e futuro de um saber circular, germinante de confiança e reconhecimento no cuidado da ancestralidade.

Biografia do Autor

  • Maria Emilia Sardelich, UFPB

    Maria Emilia Sardelich - Doutora em Educação, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Centro de Educação (CE), Departamento de Metodologia da Educação (DME). Pesquisadora permanente do Programa Associado de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFPB e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Sua atividade como docente e pesquisadora problematiza a performatividade dos atos visuais como atuações reiteradas que promovem, legitimam e sancionam normas relacionadas com o gênero, raça, classe social e diferença cultural. - emisardelich@gmail.com - http://lattes.cnpq.br/8436767321723519   - https://orcid.org/0000-0001-8134-8807

  • Ingrid Ferreira dos Santos, https://orcid.org/0009-0006-9119-7006

    Ingrid Santos, mestranda no Programa Associado de Pós-Graduação em Artes Visuais, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Graduada em História pela UFPE. Atualmente integra o Grupo de Pesquisa em Ensino das Artes Visuais (GPEAV UFPB/UFPE) com investigação sobre processos educacionais antirracistas e seus potenciais para as Artes Visuais. Bolsista CAPES. E-mail: ingridsantos8268@gmail.com -  https://orcid.org/0009-0006-9119-7006

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Publicado

2025-07-06

Edição

Seção

Dossiê - III Decolonialidade, feminino e negritude

Como Citar

O que podem as imagens do mural “Do Orum ao Aiye”?. (2025). RELACult - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura E Sociedade, 11(1). https://doi.org/10.23899/ngrkaz11