O que podem as imagens do mural “Do Orum ao Aiye”?
DOI:
https://doi.org/10.23899/ngrkaz11Palavras-chave:
Cultura Visual, Contracolonização, Regime racializado de representação., Visualidades, ContravisualidadesResumo
Este artigo apresenta uma reflexão sobre os possíveis poderes das imagens a partir do mural Do Orun ao Aiye: Afrika Elementar, produzido pelos artistas Nathê Ferreira, Adelson Boris e Emerson Crazy, na cidade do Recife, Pernambuco, Brasil, em 2021. Tem por objetivo investigar os potenciais discursivos dessa produção artística como gesto de resistência cultural contra um regime racializado de representação. A revisão bibliográfica se fundamenta nos estudos da Cultura Visual em diálogo com o pensamento de Antônio Bispo dos Santos (1959-2023) e Sandra Benites. Conclui que as imagens pensadas a partir da contracolonização podem confluir com os diversais na interlocução de passado e futuro de um saber circular, germinante de confiança e reconhecimento no cuidado da ancestralidade.
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