Patrimônio negro umbandista dos pampas
decolonialidade e educação antirracista
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v7i3.2261Palavras-chave:
PortuguêsResumo
O texto aborda as práticas ritualísticas dos terreiros e comunidades da Umbanda da cidade de Bagé (RS), situada na fronteira sul do Brasil com o Uruguai, conhecida como região dos Pampas, a qual mantêm fortes traços culturais da tradição eurocêntrica e cristã. O objetivo do trabalho é demarcar as práticas umbandistas como patrimônio cultural negro criado e cultuado pelas populações afro-riograndenses que operam a criação de uma arte de existência e resistência ao colonialismo. A metodologia do estudo baseou-se numa pesquisa documental de cunho descritivo, tendo como material empírico jornais da Associação Espírita da Umbanda de Bagé e imagens fotográficas que retratam as festas de Iemanjá e Ogum celebradas anualmente. Entende-se que as ritualísticas umbandistas compõem um rico patrimônio cultural negro, sinalizando a produção decolonial de afirmação dos modos de vida, pensamentos e crenças cultivadas no referido contexto. Práticas que potencializam um projeto de educação antirracista a ser forjado nos currículos escolares e acadêmicos.
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