A memória cultural mukongo em face de colonialidade: decolonialidade com a desobediência epistêmica
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v7i4.2028Palavras-chave:
Memória cultural mukongo, colonialidade, desobediência epistêmica, decolonialidade.Resumo
O presente trabalho visa abordar a minha memória cultural mukongo em face de colonialidade imposta pela assimilação cultural presente na sociedade do Zaire onde nasci. Tendo nascido fora da cultura latino-americana, dialogarei partindo do biolocal marcado por dois lócus enunciativos (Bessa-Oliveira, 2018, Nolasco (2013,2018). Quero abordar alguns conceitos como nganga, muntu dentro da língua afrikana kikongo, como também a invisibilidade dos rituais religiosos ancestrais contemporaneamente. Objetivo é de narrar e reviver reapropriando-me como nativo, repensar e naturalizar a cultura, escrevendo na perspectiva teórica do eu sujeito muntu, e dos imaginários de lócus e da memória ancestral no corpo e arte Achinté (2009). Será que tenho o imaginário ligado à cultura ritual ancestral? Penso que essa invisibilidade é o resultado da colonialidade, essa colonialidade nos faz esquecer ancestralidade na cultura mukongo. Assim penso na imigração na América latina Brasil, em 2011, conheci um terreiro numa periferia. Lá e agora nascendo à pesquisa refletindo o meu projeto, baseado em Frantz Fanon (2008) em Pele Negra, Máscaras Brancas que inspirou-me a refletir sobre a cultura do colonizador de um lado, e de outro lado, a minha cultura local. Sinto-me exilado da minha espiritualidade e parto da força inspiradora em Ramón Grosfoguel (2009), Nolasco (2019), Hugo Achugar (2006),e Achinté (2009). Pensar e transgredir a epistemologia dentro da minha cultura local e naturalizar os conceitos como o eu sujeito pesquisador. Nos procedimentos metodológicos inspirando-me em estudos descoloniais fronteiriços dos latino-americanos Nolasco (2013, 2019), para estabelecer a re-existência da cultura ancestral dentro do meu biolocal-espiritual na memória simbólica e pela desobediência epistêmica da subalternidade imposta e recusar a colonialidade de modo transdisciplinar para emigrar na perspectiva decolonial. Usar a reflexão metodológica a minha própria experiência nas leituras teóricas da pós-graduação, permite-me fazer essa viagem entre o lócus daqui, para refletir lá, sobretudo, o meu imaginário dos espaços simbólicos silenciados Mignolo (2008, 2003) na decolonialidade e desobediência epistêmica caminho para então pensar e repensar o lugar da cultura Kanda - comunidade no sentido local.Métricas
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