A dança entre grupos tradicionais e o imaginário mítico para sua constituição
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v6i4.1747Palavras-chave:
Danças tradicionais, Imaginário, Ameríndios, AfroamericanosResumo
O texto que apresento é fruto de um contexto exploratórios de manifestações dançadas específicas de grupos que posso considerar tradicionais eu de manifestações tradicionais de grupos no Brasil. Os grupos estudados são os ameríndios e as sociedades africanas arrastadas para a América que desenvolveram uma série de danças espelhadas no imaginário mítico tradicional. A forma de aproximação com estas danças foi feita a partir da “aura do imaginário” do Círculo de Eranos. O Imaginário estudado pelo Circulo de Eranos, inicialmente na Europa, investigou sistemas míticos que já estavam escritos, mas quando nos deparamos com as sociedades tradicionais no Brasil verifica-se que estas míticas são vivas e em constante transformação, sem contudo perder suas bases simbólicas originais. O imaginário me possibilita identificar as bases simbólicas que formaram as míticas que apresentam as imagens que se buscam manter nessas sociedades em destaque. Neste trabalho apresento alguns exemplos destas míticas, dos símbolos originais e as formaram a partir da investigação da externalização dessas, que eu chamo de apresentação. Estudando esses contextos étnicos tradicionais é possível verificar a persistência simbólica, que possibilita manter a própria tradição e com isso perpetuar sua identidade étnica. Foquei nas “danças afro” desenvolvidas no sul do Brasil e algumas manifestações dançadas dos ameríndios do sul e do norte do Brasil. Estas danças são hoje reconhecidamente danças de expressão da persistência, das formas de pensar e agir, com/no mundo, dessas comunidades, na contraposição ao contexto simbólico trazido pelos invasores europeus, transformando estas danças em manifestações socioculturais de resistência dos afro-americanos e ameríndios.
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