Entre o pensar e o fazer: narrativas através das fotografias de quem vive a periferia
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1598Palavras-chave:
cultura, política,Resumo
O presente trabalho visa apresentar a pesquisa de mestrado, em andamento, sobre narrativas das periferias. Utilizando a fotografia enquanto ferramenta de pesquisa e dispositivo para reflexão, ambiciona-se promover esta linguagem como meio de expressão e experimentação na comunicação social, tornando-a assim um instrumento social. Na perspectiva da Antropologia compartilhada, estudantes do Ensino Fundamental II, de escolas situadas em regiões periféricas da cidade do Rio de Janeiro, produzirão fotografias que trarão um olhar de quem vive estas fronteiras. A cidade, as imagens e a vida serão os temas que nutrirão a pesquisa, focando em territórios periféricos por compreender que se faz necessário deslocar o olhar do centro em direção às fronteiras, ao marginalizado. A fotografia é explorada aqui como possibilidade de um terreno fértil, laborativo, colaborativo e libertador, compreendendo o potencial único do visual enquanto forma de intervenção social e antropológica. A ideia é suscitar, através do uso de tecnologias DIY (Do It Yourself), questões que vão além da esfera biologicamente vital, isto é, do ir e vir cotidiano. A linguagem escolhida foi a fotografia por conter em si mesma a eficácia das formas visuais enquanto linguagem dialógica. Nos convida a considerar mais a sério o quanto o visual pode ser antropologicamente informado. É educar o olhar para atos que envolvem o observar, o refletir e o produzir, de modo que a transitividade da consciência perpasse a inserção, integração e representações diversas da realidade.
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