Fronteira Etnocultural entre Kadiwéu e Terena: A Representação Social da Educação Ambiental dos Povos Indígenas da Região do Pantanal Sul

Autores

  • Edson Pereira de Souza Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Antonio Hilario Aguilera Urquiza Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Victor Ferri Mauro Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Icléia Albuquerque de Vargas Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1593

Palavras-chave:

Educação Ambiental, Fronteira Etnocultural, Pantanal Sul, Povos Indígenas, Representação Social.

Resumo

No Brasil, literaturas e mídias denunciam ameaças à biodiversidade, decorrentes, sobretudo, pelo desenvolvimento populacional (desordenado) e pelas atividades produtivas sem estudos prévios. Tais situações geram danos ambientais nos biomas, como a deterioração do solo, o assoreamento, a contaminação dos corpos d’água, o desmatamento e outros, somados aos efeitos provocados pela exclusão social e índice de pobreza das populações indígenas, os quais interferem na produção de conhecimentos de tais grupos sociais. Considerando essa realidade, desenvolveu-se este trabalho em duas escolas distintas, com etnias Kadiwéu e Terena como predominantes, foi definido o seguinte problema de pesquisa: como a Educação Ambiental, a partir das territorialidades indígenas, configura-se por meio das representações sociais para as etnias Kadiwéu e Terena na região do Pantanal Sul? Estabeleceu-se, portanto, como objetivo geral, compreender a interface entre os grupos étnicos Kadiwéu e Terena, relacionados à(s) territorialidade(s) de representação(ões) social(is) sobre Educação Ambiental na Região do Pantanal Sul. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, de cunho exploratório, longitudinal, caracterizando-se como um estudo de caso etnográfico. No entanto, a partir das territorialidades evidenciadas nas representações sociais,  se percebe a existência da fronteira etnocultural. Acredita-se, então, que os saberes tradicionais possam promover o uso sustentável e a manutenção de boas práticas de Educação Ambiental. Ademais, esses saberes tradicionais devem, também, ser considerados nos momentos empíricos relativos à Educação Ambiental na comunidade. Afinal, ao se buscar os conhecimentos com ferramentas geo-pedagógicas, torna-se possível contribuir para o processo educativo, utilizando práticas e reflexões em Educação Ambiental.

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Biografia do Autor

Edson Pereira de Souza, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Instituto de Física.

Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências.

Área de pesquisa: Educação Ambiental

Antonio Hilario Aguilera Urquiza, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Programa de Pós-Graduação em Antropologia.

Victor Ferri Mauro, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social.

Icléia Albuquerque de Vargas, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Instituto de Física.

Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências.

Área de pesquisa: Educação Ambiental

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Publicado

2019-05-31

Como Citar

Souza, E. P. de, Urquiza, A. H. A., Mauro, V. F., & Vargas, I. A. de. (2019). Fronteira Etnocultural entre Kadiwéu e Terena: A Representação Social da Educação Ambiental dos Povos Indígenas da Região do Pantanal Sul. RELACult - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura E Sociedade, 5(5). https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1593

Edição

Seção

II - Seminário Latino-Americano de Estudos em Cultura