Tramas na Formação de Professoras Migrantes: Significados, Trânsitos e Teias em Histórias de Vida
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1591Palavras-chave:
História de Vida, Professoras Migrantes, Formação Inicial e Continuada.Resumo
Neste trabalho, analiso tramas nas histórias de formação docente, vividas por Raimunda Wilma Corrêa Vilar Brasil, Maria Dilma Corrêa, Rosiete Corrêa Siqueira, Jurema do Socorro Pacheco Viegas e Maria de Fátima Rodrigues Alves, mulheres migrantes que se fizeram professoras em Melgaço, município do arquipélago de Marajó, no Pará, entre as décadas de 1980 a 2010. Baseada no campo teoricometodológico da História de Vida, discuto trajetórias da formação docente à luz da legislação, da historiografia da educação e, especialmente, das narrativas das professoras migrantes. Por esse enredo, a questão que procuro responder ao longo da pesquisa é com que formação acadêmica essas professoras iniciaram a profissão docente em Melgaço e de que modo trilharam os caminhos da formação continuada? Para isso, o texto está dividido em três partes. Na primeira, “Escolha pela docência e significados da profissão”, enfoco os desejos profissionais e os sonhos vividos ou abandonados no exercício do Magistério pelas professoras migrantes. Em seguida, em “Nos trânsitos da Formação”, mapeio cursos e percursos vivenciados na prática da qualificação profissional e, por último, em “Múltiplas Teias na Vida das Professoras”, aponto limites e avanços no processo metodológico e relacional entre professor-aluno e demais agentes sociais que conformavam a realidade melgacense nas duas últimas décadas do século XX e primeira década do século XXI. Por fim, o estudo demonstra que investigar histórias de vida permite mergulhos em percursos pessoais, profissionais e práticas vividas em coletividade, mas apreendidos a partir da ótica e subjetividades das próprias professoras migrantes.
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