Os direitos do outro sob uma óptica pós-colonial de interculturalidade
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1553Palavras-chave:
Direitos humanos, Interculturalidade, Multiculturalismo, Reconhecimento.Resumo
O paradigma eurocêntrico dos direitos humanos apregoa o discurso da heterogeneidade cultural, sem todavia esvaziar-se das bases ideológicas de poder e dominação. Dessa forma, o presente resumo rompe com a lógica colonial hegemônica e excludente, e propõe uma dialética ético-política da interculturalidade, problematizando as dinâmicas das relações culturais de gênero na atualidade. O objetivo do resumo caracteriza-se por propor a interculturalidade como resposta a uma perspectiva colonial ocidental de direitos humanos. Desse modo, instiga-se através da interculturalidade promover e impulsionar a diferença nas estruturas coloniais de poder, edificando novas compreensões, convivências, colaborações e alteridade. Portanto, essa lógica pós-colonial não tolera, nem incorpora o diferente dentro dos limites de um padrão pré-estabelecido de indivíduo. A lógica pós-colonial, nesse aspecto, vem criticar a visão multicultural de direitos humanos, a qual mantém e convive com a desigualdade social. Logo, através de um modo de raciocínio dedutivo, pesquisa qualitativa e bibliográfica, o estudo propõe o diálogo intercultural que torne visível a diferença e problematize a colonialidade do poder. Por conseguinte, a interculturalidade oferece o outro como paradigma para possibilitar a compreensão do pensar a partir do outro. Nesse sentido, a interculturalidade ultrapassa o discurso representando uma lógica, construída a partir da diferença. Com efeito, a pesquisa busca instigar a luta por reconhecimento das mais variadas identidades sob a perspectiva de gênero. Principalmente, diante das complexidades existentes nas relações sociais e das pluralidades de identidades, é necessário fomentar um diálogo que instigue o reconhecimento pelo outro, que proponha a alteridade e aceitação, para que não se torne apenas mais um discurso hegemônico reminiscente.
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