Memórias do Trabalho da Leveza: as Experiências dos Mestres e Mestras nas Artes de Miriti (Abaetetuba-PA)
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1503Palavras-chave:
História, Memória, estudos em cultura,Resumo
O presente trabalho analisa experiências vividas em memórias construídas e narradas por mestres e mestras da artesania do miriti do município de Abaetetuba, no Pará, os quais transformam partes da folha e do fruto da palmeira Mauritia flexuosa, popular miritizeiro, em brinquedos, cestarias, bijuterias, chapéus e outros objetos artísticos e artesanais. Detentores de saberes de um ofício tradicional na Amazônia Brasileira, homens e mulheres em circuitos de tradições orais e culturais reproduzem e traduzem cotidianamente relações de trabalho, sociabilidades, conflitos e disputas nas diversas esferas da vida. Abaetetuba emerge como lócus da pesquisa porque a história da cidade se confunde com a própria história da produção, comercialização e circulação dos famosos brinquedos de miriti. Ali se constituiu um dos centros de produção dos brinquedos de miriti mais conhecidos da Amazônia Oriental, registrado como patrimônio cultural do Estado do Pará. Neste texto, cruzando a Etnografia com a História Oral enfatizam-se análises a respeito das relações constituídas entre os mestres e mestras da arte em miriti e o ente público Municipal, Estadual e Federal percebidas nas interpretações do vivido narradas pelos (as) mestres (as). Visa construir interlocuções entre as narrativas dos (as) artesãos (ãs) e a proposta epistemológica dos estudos culturais e pós-coloniais no que tange a dialética da luta cultural e a leitura do processo histórico a partir da experiência cotidiana dos diferentes agentes e suas relações de confrontações, entrelaçamentos, negociações e empréstimos recíprocos. Por fim, assinala a importância de se compreender que na cultura a experiência dos diferentes sujeitos, ou grupos sociais, ou instituições onde estes agentes se encontram, travam relações de troca e sociabilidade, força e poder no âmbito das práticas sociais construídas no dia a dia por homens e mulheres que fazem a história acontecer e movimentam o processo histórico local e regional.
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