Educação, Ensino de História e Reminiscências de Discentes Quilombolas Acerca da Educação Básica
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v4i0.738Palavras-chave:
Ensino de História, História Oral, Lei 10.639/2003, QuilombolasResumo
O presente trabalho propõe analisar a questão da Educação Básica através de discentes de graduação e pós-graduação Quilombolas da Universidade do Rio Grande – FURG, essa proposição ocorrerá pela metodologia de História Oral com coleta de dados que ocorrerá por depoimentos e entrevistas semi-estruturadas, buscando em reminiscências de suas vivências estudantis no Ensino Fundamental e Médio e, também em espaços não formais de ensino, que trataram do ensino de História, especificamente da História do Negro no Brasil. Aproximando-se de completar quinze anos, a Lei nº 10.639/2013 que tornou obrigatório o Ensino de História da África, do Negro no Brasil e de Cultura Afro-Brasileira, é perceptível que a referida lei possibilitou a incorporação destas temáticas em documentos curriculares e livros didáticos, até então silenciada no país. Por outro lado, os esforços da implementação nos últimos anos tem demonstrado que apesar das atualizações normativas, até mesmo incluídas em várias agendas, ainda estamos longe de arrancá-las de certa invisibilidade e marginalidade. Examinaremos as relações entre Ensino de história, memória, consciência histórica, direcionando assim os processos mentais fundamentais, na perspectiva da produção de experienciação, interpretação e orientação, em forma de pensamento, identidade e sentido histórico através da narrativa. Temos a proposição de desencarcerar, reedificar e recuperar as lembranças de Inclusão da História da África e do Negro no Brasil, transcorrido nas histórias de vida e durante processo estudantil desses egressos na educação básica.Métricas
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