O Bem Viver como uma Alternativa de Reconfiguração de Cidades Brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v3i3.553Palavras-chave:
Bem Viver, Desenvolvimento, Reconfiguração da Cidade.Resumo
O objetivo deste trabalho é contribuir para a reflexão acerca da possibilidade de se reconfigurar cidades brasileiras a partir do Bem Viver, filosofia que questiona o conceito eurocêntrico de bem-estar e que pode ser entendida como verdadeiro enfretamento à colonialidade do poder ao regressar a valores de uso, se opor ao conceito de acumulação perpétua e propor harmonia com a natureza, relacionalidade, reciprocidade, solidariedade e complementariedade entre indivíduos e comunidades. Diante da atual crise civilizatória e ambiental provocada pelo capitalismo e seu suporte ideológico calcado no individualismo e no racionalismo, além do espaço que a mesma possibilitou à concepções de desenvolvimento distintas das do capitalistmo e às experiências ecossocioeconômicas, se faz necessário discutir as configurações do maior símbolo de desenvolvimento, na concepção capitalista do termo: das cidades. No caso do Brasil, essa discussão se torna ainda mais urgente, pois o processo de fundação das primeiras cidades brasileiras, ocorrido a partir da geração de colônias, marcado por invasões e despossessão das populações locais e de exploração de seus territórios, trouxe sérias consequências às configurações de muitas das cidades atuais, condenando-as a reproduzirem os modos de vida dominantes, coloniais, modernos e capitalistas, e as fazendo incapazes de abrigar modos de vida adequados aos interesses das diferentes comunidades que compõem o povo brasileiro e as habitam.
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