“Melhor cantar samba e saber de mim”: a mulher na produção musical de Gisa Nogueira no contexto do Clube do Samba

Autores

  • Bruna Aparecida Gomes Coelho Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.23899/relacult.v6i1.1844

Palavras-chave:

Ciências Humanas, cultura, política

Resumo

Gisa Nogueira é uma sambista carioca, criada no Méier e membro de uma influente família do meio musical. Essa artista sempre esteve envolvida com grandes nomes da música popular brasileira e foi um dos sócios-fundadores do movimento Clube do Samba, idealizado por seu irmão João Nogueira, e muito importante para a história do gênero musical. Desde a gênese do samba os homens foram hegemônicos no segmento em detrimento das mulheres, tanto em relação à produção musical quanto no lirismo que retratava figuras femininas em suas letras. Gisa é uma das mulheres pioneiras desse universo, das muitas mulheres que batalharam e conquistaram seu espaço, sendo reconhecidas como sambistas. Nesse texto discutimos como as mulheres são apresentadas em seu disco Saldo Positivo, lançado em 1978, um ano antes da fundação do Clube do Samba, no qual a artista desempenhou por anos um papel central. A mulher e a relação com seu corpo são temas que permeiam os sambas desse disco. Gisa revela sua face política ao assumir seu olhar feminino sobre o mundo, pois questiona as diretrizes da sociedade e as correntes tradicionais do samba.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Bruna Aparecida Gomes Coelho, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Mestre em História pelo Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Licenciada e Bacharel também pela UFSJ.

Referências

ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Trad. Roberto Raposo. 10.ed. – Rio de Janeiro: Foren-se Universitária, 2005.

________.O Que é Política? Trad. Reinaldo Guarany. 6.ed. – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

CANDEIA FILHO, Antonio e ARAÚJO, Isnard. Escola de Samba: a árvore que esqueceu a raiz. 1. ed. Rio de Janeiro: Lidador, 1982.

CERTEAU, Michel de. A beleza do morto. In: CERTEAU, Michel de. A cultura no plural. 4ª ed. Campinas. SP: Papirus, 2005.

CONTIER, Arnaldo Daraya. Música e História. In: Revista de História. São Paulo. n.119 (1998).

CORBIN, Alain. Do Limousin às culturas sensíveis. In: RIOUX, Jean-Pierre; SIRINELLI, Jean-François. Para uma história cultural. Lisboa: Estampa, Ltda.,1998.

CUNHA, Maria Clementina Pereira da. Não tá sopa: sambas e sambistas no Rio de Janeiro, de 1890 a 1930. Campinas: Ed. Unicamp, 2016.

GOLDWASSER, Maria Júlia. O Palácio do Samba. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.

GOMES, Rodrigo Cantos Savelli. Samba no feminino: transformações das relações de gênero no samba carioca nas três primeiras décadas do Século XX. 2011. 157 f. Dissertação (Mestrado em Música) - Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 2011.

LOPES, Nei & SIMAS, Luiz Antonio. Dicionário da história social do samba. – 2. ed. – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

OLIVEIRA, Claudio Jorge P. Disco é Cultura: a expansão do mercado fonográfico brasileiro nos anos 1970. Dissertação (mestrado) - Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas, Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais. Rio de Janeiro, 2018.

PROST, Antoine. Social e Cultural indissocialmente. In: RIOUX, Jean-Pierre; SIRINELLI, Jean-François. Para uma história cultural. Lisboa: Estampa, Ltda.,1998.

REVEL, Jacques. Cultura popular: usos e abusos de uma ferramenta historiográfica. In: REVEL, Jacques. Proposições: ensaios de história e historiografia. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2009.

SANDRONI, Carlos. Feitiço decente: transformações do samba no Rio de Janeiro (1917-1933). Jorge Zahar Ed.: Ed. UFRJ, 2001.

SILVA, Marianna de Araújo. Samba de calçada: malandragem e militância na obra de João Nogueira. Tese (doutorado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Comunicação, Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Rio de Janeiro, 2017.

SUKMAN, Hugo. Martinho da Vila: discobiografia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.

TORRÊS, Ana Paula R. O Sentido da Política em Hannah Arendt. Revista Trans/Form/Ação, São Paulo, 30(2): 235-246, 2007.

VIANNA, Hermano. O mistério do samba. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, Ed. UFRJ, 1995.

WERNECK, Jurema Pinto. O samba segundo as ialodês: mulheres negras e a cultura midiática. 2007. 318 f. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.

Downloads

Publicado

2020-05-13

Como Citar

Coelho, B. A. G. (2020). “Melhor cantar samba e saber de mim”: a mulher na produção musical de Gisa Nogueira no contexto do Clube do Samba. RELACult - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura E Sociedade, 6(1). https://doi.org/10.23899/relacult.v6i1.1844

Edição

Seção

Dossiê: - Ser vidente e ser visível: mulheres-autoras, arte e cultura na América Latina

Artigos Semelhantes

1 2 3 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.