Performances de gênero: masculinidades no cinema a partir de dois filmes latino-americanos - Boi neon (2015) e Fango (2012)
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1582Palavras-chave:
gênero, masculinidades, cinema latino-americano, performanceResumo
As obras cinematográficas, como outras formas de expressão artística, constituem locus privilegiado para colocar em relevo aspectos da sociedade que são transformados em temas incômodos ou passíveis de ser invisibilizados pelos setores conservadores em determinados contextos históricos. É o caso, por exemplo, das múltiplas formas de “performar” o gênero ou ainda de exercer a sexualidade. Tema de grande relevância na atualidade, a relação sexo/gênero, assim como seu caráter biológico ou cultural, desperta debates calorosos, mas também conflitos e disputas ideológicas importantes, sobretudo nos últimos anos. O presente trabalho é fruto da análise preliminar de dois filmes latino-americanos da atualidade, cujas abordagens trazem pontos de reflexão acerca das representações de gênero. O objetivo principal é discutir, a partir dos filmes Boi neon (Direção Gabriel Mascaro, Brasil, 2015) e Fango (Direção José Celestino Campusano, Argentina, 2012), a relação sexo/sexualidade/gênero/identidade(s) através de personagens masculinos cujas performances se distanciam do perfil de masculinidade tradicional e de personagens femininos que “performam” masculinidades. Judith Butler (2002; 2003), Thomas Laqueur (2001), R. Connell (2015) e Joan Scott (1995), são os principais referenciais teóricos.
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Referências
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