Espaço Público em Sítios Históricos Urbanos no Processo de Formação Territorial na América Latina
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1570Palavras-chave:
cotidiano, espaço público, patrimônio histórico, sítio histórico urbanoResumo
O processo de formação territorial dos países latino-americanos envolve a gênese dos primeiros núcleos urbanos, num percurso de transformações socioespaciais e consolidação de um conjunto de sítios históricos urbanos na contemporaneidade. Apresentam-se como lócus para estudos sobre memória, identidade e patrimônio para diversas áreas do conhecimento. A partir da questão sobre a gênese, transformação e devir do espaço público, analisou-se o caso da cidade de Iguape no litoral sul paulista, região do Vale do Ribeira que possui territórios indígenas e quilombolas. Para um estudo comparativo no contexto do cone sul latino-americano, analisou-se a cidade de Colônia do Sacramento (Uruguai) bem como o território de fronteira das missões jesuíticas guaranis entre Brasil, Paraguai e Argentina. Caracterizam-se pela gênese num contexto de disputas territoriais no período colonial e por se constituírem na atualidade como patrimônios históricos, revelando ainda hoje conflitos na apropriação de seus espaços públicos em diferentes níveis que incidem sobre o cotidiano. Neste processo, a noção de espaço público subjaz à racionalidade eurocêntrica presente na concepção dos planos urbanísticos e nos padrões de sociabilidade impostos. Há, neste sentido, um hiato que separa uma concepção hegemônica de ver e compreender o mundo em detrimento daquelas que sucumbiram sob a força da violência no decurso da colonização portuguesa e espanhola. Entende-se que os espaços públicos abrigam uma densidade histórica que expressa a sobreposição de conflitos nos diferentes períodos da formação territorial desde o período colonial, apresentando-se como importante campo de investigação para compreensão do devir.
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