O Problema do Colonialismo na Era dos Museus Hiperconectados
DOI:
https://doi.org/10.23899/relacult.v5i5.1535Palavras-chave:
Museu, Coleções, ColonialismoResumo
As últimas décadas presenciaram mudanças ligeiras e exponenciais no campo tecnológico e comunicacional, com destaque para a criação da internet que ampliou e facilitou o acesso a informações em níveis globais. Frente a estas novas reconfigurações, os museus viram surgir uma ferramenta nova e aliada à disseminação de conhecimentos e interação com o público. Atualmente são poucas as instituições museológicas que não possuem website, as antigas cartas deram lugar a e-mails, catálogos deram lugar a coleções online, visitas virtuais, softwares de interação em tempo real, tudo possível de ser acessado em qualquer parte do mundo. O fato é que vivemos em uma era de museus hiperconectados – o próprio Conselho Internacional de Museus escolheu a hiperconectividade como temática para o dia dos Museus de 2018. Contudo, juntamente com estas novas perspectivas, também surgiram novos desafios e problemáticas, valendo destacar aqui a necessidade cada vez mais crescente de informações disponibilizadas pelas instituições museológicas. Este trabalho situa-se dentro deste debate, buscando problematizar o conteúdo veiculados por museus em suas plataformas digitais. Para tanto, tomamos para estudo o caso de coleções marajoaras digitalizadas e disponibilizadas nos sites de museus internacionais. Estas coleções são formadas principalmente por fragmentos cerâmicos, além de espécimes zoológicos e botânicos, cujas informações disponibilizadas se limitam a dados eminentemente técnico. Nossa compreensão é que esta forma de exposição revela um caráter colonialista dos museus, pois além de obscurecerem a “vida social” destes objetos, ainda reduz à cosmovisão dos grupos ali representados a números e medidas.
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